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domingo, 4 de agosto de 2013

Wolverine: Imortal (The Wolverine)

- Pode conter spoilers -

http://www.thewolverinemovie.com



Importante: eu não sou fã dos quadrinhos, mas assisti a todos os filmes relacionados ao universo dos mutantes.

Com um roteiro melhor desenvolvido e maior respeito aos fãs da franquia, o grande trunfo do segundo filme protagonizado pelo carismático Wolverine é levar  o público ao cinema com baixíssima expectativa. Com isso, causar a sensação de redenção pela terrível produção anterior.

“Wolverine: Imortal” tem a premissa simples: trabalhar sua relação quebrada com a imortalidade. Para isso, ele terá que perder sua habilidade mutante e lembrar de que não resiste a uma mocinha em perigo – mesmo que seja por baixo da carcaça de bronco.

Tudo começa com um Wolverine traumatizado por ter sido obrigado a matar mulher de sua vida (Jean que, ao final de “X-Men 3 - O Confronto Final”, começa a assassinar todo mundo depois de ter se transformado em Fênix) e vive como um ermitão. Um amigo da 2ª guerra o arranca do retiro para lhe oferecer a mortalidade e acabar com o sofrimento que tantos anos de vida lhe causaram.

O filme não é tão ruim quanto o primeiro e ganha pontos por isso. Parece que os produtores da Fox aprenderam que há limite na hora de subestimar seu público (em especial, o de quadrinhos) e desta vez fizeram um esforcinho. Com isso, ganhamos um Wolverine (ligeiramente) mais profundo, um contexto mais interessante e lindas cenas no Japão.

Ainda assim, a produção não chega sem pecados. A começar pelos vilões, uma série de personagens irritantes e, em alguns casos, previsíveis. A insistência no uso da bonitinha-sem-personalidade-que-precisa-de-ajuda é um problema de filmes de heróis no geral, que ultimamente até têm tentado construir figuras femininas mais fortes, o que não é o caso aqui. O destaque fica para Yukio (interpretada por Rila Fukushima), que é ótima, mas não tem muito espaço além do papel de assistente. Por último, cito a presença dos grandes clichês japoneses: Yakuza, ninjas e armaduras samurais, que não passam de elementos forçados na trama para dar aquele gostinho oriental que todo ocidental curte.

“Wolverine: Imortal” supera o seu antecessor (o que não é lá tão difícil), mas ainda não chega a ser trazer uma ótima história do que a vida do mutante poderia ser. A impressão que eu tenho é que o tema imortalidade poderia render muito mais, mas a Fox ainda tem medo de investir em um conteúdo mais denso e perder o apelo comercial e infantil.

É um caminho mercadológico compreensível. Mas enquanto outros estúdios estão conseguindo fazer suas marcas no cinema, Wolverine fica para trás, vendo personagens muito menos interessantes ganhar o espaço que poderia ser seu.