- Pode conter spoilers –
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Theodore Twombly (Joaquin Phoenix) é um homem comum, com uma vida comum e problemas comuns. Divorciado, portador do mal chamado solidão. E não tem nenhuma grande ambição; contenta-se em fazer o horário comercial no escritório e aproveitar sozinho o apartamento com vista privilegiada. Mas existe algo de extraordinário nesse ‘escritor’ de cartas à mão e me refiro ao mundo em que vive. De repente, mergulhamos não apenas em sua vida, mas nesse ponto do futuro em que tudo é graciosamente estético e tecnologicamente avançado. Theodore é um simples cidadão deste lugar estranho, o qual um belo dia resolve balançar sua vida oferecendo, por meio de um anúncio publicitário, um produto chamado Sistema Operacional (SO).
Samantha (Scarlett Johansson), por outro lado, é essa mulher inteligente, engraçada e absolutamente charmosa que é tudo menos comum. Ela se envolve com esse homem e desenvolve uma paixão sincera. Ao mesmo tempo, descobre quem tem muito a aprender sobre a vida e, é claro, o fato de ser um computador. Na verdade, uma SO.
Não é uma história sobre a tecnologia, a sociedade ou os problemas de um homem. O que ela nos conta é uma fábula melancólica sobre relacionamento e amor. Com Joaquin Phoenix, sempre tirando o máximo de seus papeis, e Scarlett Johansson, mostrando que não precisa do rosto bonito para conquistar um homem e também o espectador, descobrimos um nível diferente do que é se relacionar. Amy Adams, outra que não decepciona, faz a vizinha e amiga, no fundo, o elo humano de Theodore.
Este filme é um acerto de Spike Jonze. A trama sensível, ritmo sereno, fotografia delicada, elenco competente – um conjunto bem harmonizado. Enquanto alguns de seus concorrentes ao Oscar optaram pelo tom mais pesado e, às vezes, frenético, ‘Ela’ não hesitou em ser sutil. A indicação a melhor filme mostra que ainda há espaço para produções sem condução forte e de difícil digestão.
Ainda que haja grandes apostas na disputa, ‘Ela’ não deve ser ignorado. Provavelmente não levará o prêmio. Independente disso, o conto de Theodore e Samantha encantará qualquer um que decidir conhecer sua história.
Atenção: Para ler os trechos com spoiler é necessário clicar no título do post, acessando assim a página específica dele. Dessa forma, ao clicar no botão (que fica no meio do texto), a parte oculta do texto será revelada.
sábado, 25 de janeiro de 2014
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream)
- Pode conter spoilers –
http://bit.ly/KhDMoU
Uma coisa fundamental que coloca Harry (Jared Leto), Tyrone (Marlon Wayans), Marion (Jennifer Connelly), Sarah (Ellen Burstyn) e, no fundo, muitos de nós no mesmo barco é a vontade de realizar um sonho, seja ele ter sucesso na vida, dinheiro, uma família ou simplesmente participar de um show de televisão. E se lá dentro, no mundo que só você vê, tudo é muito lindo, aqui fora, onde todos travamos nossas batalhas individuais, tudo pode parecer feio. Na verdade, horrível.
Com ritmo melancólico, mergulhado em tom esverdeado, o diretor Darren Aronofsky nos conta um pouco da vida desses quatro personagens medíocres e a resposta única aos seus anseios: as drogas. Elas são o passe mágico para a felicidade eterna tanto quanto o constante lembrete de que a realidade nunca será tão fácil ou perfeita como os sonhos parecem. E de forma quase frenética vamos assistindo à rápida decadência em que vão afundando um a um até que não sobra mais nada além delas. Sim, as drogas.
A mensagem cai, sim, no velho e bom aviso sobre o perigo das drogas. Mas é também sobre o poder destrutivo da busca desesperada por um sonho – ou seria por uma saída? Fica o espaço para a reflexão e a sensação de falta de fôlego causada pelas excelentes atuações.
http://bit.ly/KhDMoU
Uma coisa fundamental que coloca Harry (Jared Leto), Tyrone (Marlon Wayans), Marion (Jennifer Connelly), Sarah (Ellen Burstyn) e, no fundo, muitos de nós no mesmo barco é a vontade de realizar um sonho, seja ele ter sucesso na vida, dinheiro, uma família ou simplesmente participar de um show de televisão. E se lá dentro, no mundo que só você vê, tudo é muito lindo, aqui fora, onde todos travamos nossas batalhas individuais, tudo pode parecer feio. Na verdade, horrível.
Com ritmo melancólico, mergulhado em tom esverdeado, o diretor Darren Aronofsky nos conta um pouco da vida desses quatro personagens medíocres e a resposta única aos seus anseios: as drogas. Elas são o passe mágico para a felicidade eterna tanto quanto o constante lembrete de que a realidade nunca será tão fácil ou perfeita como os sonhos parecem. E de forma quase frenética vamos assistindo à rápida decadência em que vão afundando um a um até que não sobra mais nada além delas. Sim, as drogas.
A mensagem cai, sim, no velho e bom aviso sobre o perigo das drogas. Mas é também sobre o poder destrutivo da busca desesperada por um sonho – ou seria por uma saída? Fica o espaço para a reflexão e a sensação de falta de fôlego causada pelas excelentes atuações.
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