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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Caçador de Recompensas (The Bounty Hunter)

http://www.sonypictures.com.br/Sony/HotSites/Br/cacadorderecompensas/



Pode parecer retrogrado falar dessa maneira, mas casamento é uma daquelas coisas que deveriam durar para sempre. É um conceito de muito tempo: até que a morte nos separe. Se alguém tem a vontade de afirmar tal coisa, então deve realmente gostar da pessoa para quem diz.

Porém, hoje quase ninguém mais tem paciência para palavras como “eternidade”, “infinito” e “sempre”. Talvez esse seja o motivo da diminuição de casais que optam por se unir no altar. Mesmo quando dois pombinhos verdadeiramente apaixonados encaram a aventura, nada é certo. O divórcio já está nos pensamentos antes mesmo do padre os declarar marido e mulher. Afinal, tudo pode dar errado e essa é a primeira solução que surge quando vêm os problemas.

Para Milo Boyd e Nicole Hurly, isso durou menos de um ano. Tão rápido quanto se apaixonaram, casaram e, por fim, se divorciaram. Anos depois, ambos voltam a se encontrar quando Milo, que trabalha como caçador de recompensas, descobre que tem de capturar sua ex-esposa. Eles acabam juntos em uma aventura de perseguição, fugindo de pessoas perigosas que querem pegar os dois: ela por ser uma repórter investigativa; ele por dever muito dinheiro de jogatina.

[SPOILER]

Os acontecimentos se passam com um sacaneando o outro e se desenvolve naquele clássico “eu te odeio porque te amo”. Claro que Milo e Nicole redescobrem seu amor, assumem os erros do passado e, bem, apesar da gracinha final, eles ficam juntos. (não se preocupem, não é saber disso que vai estragar o filme)

[/SPOILER]

O fato é que não é raro ver casais ainda apaixonados que acabam se separando. Decidem ficar longe um do outro por motivos pelos quais geralmente não querem ceder ou sequer entender. Criam um clima péssimo, começam a ter raiva um do outro e acabam em um divórcio hostil. Então, depois de anos, assim como Milo e Nicole, percebem que era tudo bobagem.

Assim como um casamento impulsivo, um divórcio precoce também cria pessoas infelizes. Quando se pode simplesmente terminar tudo, conviver é difícil demais. Mas ninguém disse que um relacionamento duradouro vinha sem brigas, idéias divergentes e/ou graves problemas. É nessas horas, em quer ter paciência é fundamental, que se prova quão forte é o casal.

Além disso, não há nada mais irritante do que aquele tipo de casal separado que todo mundo sabe que ainda se gosta, menos ele mesmo. Nem com alguma ação, personagens cômicos e vilões cheios de más intenções, conseguem se salvar. Mais fácil que resolvam seus problemas e não se divorciem. Assim, não somos obrigados a engolir histórias ruins de comédias românticas mal-escritas.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

E o Oscar vai para...

http://sandrabullockfan.com/
(não é oficial, mas foi o mais completo que achei)



Sandra Bullock, a rainha das comédias românticas. Estourou em “Velocidade Máxima” (aquele do ônibus que não pára; com o Keanu Reeves) e ingressou em sua especialidade em “Enquanto você dormia” (clássico da Sessão da Tarde). Isso mesmo, foi nesse filme que Sandra ficou conhecida pelo tipo de personagem em que melhor se encaixa: aquela garota comum, cheia de defeitos e problemas, de personalidade carismática e que acaba se apaixonando.

Sua popularidade era visível desde adolescente quando, diferente dos papéis que assume, foi chefe de torcida e namorou um jogador de futebol americano. Hoje, além dessa baita estrela de Hollywood, ela é dona de alguns negócios, como a produtora Fortis Films. Um exemplo de mulher bem sucedida e a queridíssima das histórias de amor no cinema.



Agora, em 2010, finalmente é presenteada com uma estatueta do Oscar. Leigh Anne Tuohy (do filme “Um sonho possível”) não é o melhor exemplo de boa atuação em seu currículo, mas talvez fosse mesmo sua única chance de ganhar algo da Academia. Poucos papéis em sua carreira atingiram a densidade que Leigh Anne tinha a oferecer. Uma mãe de família que não tem nada de especial, a não ser pelo fato de que resolve ajudar, sem motivo aparente, um garoto carente.

Ela continua sendo nossa Sandra de sempre: o jeitinho atrevido, porém gentil de ser. O verdadeiro crédito desse trabalho, porém, foi ter feito essa personagem sem cair na estereotipia da mãe-de-todos. Seria fácil virar uma Madre Teresa de Calcutá da vida, pensando na mulher que traz um total estranho para dentro de casa a fim de ajudá-lo. Mas há algo de muito natural nessa dona-de-casa, que desperta em nós não o sentimento de idolatrá-la como uma santa e sim o de que poderia ser qualquer um de nós, abrindo o coração daquela maneira.

Infelizmente, a festa por ganhar o prêmio tão cobiçado durou pouco. Dizem que existe um tipo de maldição em cima de ganhadoras do Oscar como melhor atriz em que elas acabam se divorciando. Sandra Bullock não conseguiu fugir disso e há pouco tempo surgiu um circo em volta de seu casamento com o construtor de carros e motos, Jesse James. Aparentemente, o maridão traiu Sandra com várias mulheres enquanto estavam casados e agora ele entrou para uma clínica de reabilitação para curar seu suposto vício em sexo. Ela ainda não fez nenhum comentário oficial sobre o assunto, então é difícil saber o que vai acontecer.

De qualquer maneira, o que quer que ela resolva, esperamos continuar a vê-la em filmes como “Miss Simpatia”. Eles não ganham Oscar, mas, convenhamos, são o mais divertidos!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Uma noite fora de série (Date Night)

http://www.umanoiteforadeserie.com.br/



Buscar o novo é uma coisa muito típica do ser jovem. Eu não falo de idades específicas, mas de uma juventude que muita gente possui até os 30 anos e que outros não conseguem largar nunca mais. Acredito que a razão disso seja essencialmente a fome natural por emoção. O conhecer, porque quanto menos idade mais coisas a descobrir, e depois apenas o vício nessa sensação da eterna possibilidade aberta.

Por outro lado, temos a parte mais ‘chata’ do viver: o caminho do se acomodar e prender-se a bases concretas de uma rotina. Aquele tipo de história que ninguém planeja ter, ninguém se interessa em ouvir e ninguém se imagina vivendo. Mesmo que, no final, a grande maioria acabe mais ou menos nisso, como os Foster.

Como o chefe de família, Phil (Steve Carrell) trabalha. A mãe, Claire (Tina Fey), cuida da casa e dos dois filhos. E, uma noite por semana, o casal sai sozinho em um encontro. Sem-graça, como os estereótipos já simbolizam. A paródia da vida de casado continua até que o sino de alerta toca: um casal de amigos de ambos que, como eles, estava acomodado por um bom tempo e, por isso, resolve pelo divórcio. A crise faz voltar o espírito da jovialidade, a vitalidade sem igual e a busca pelo novo, há muito tempo abandonada. Contaminados por isso, Phil e Claire acabam comprando essa idéia juntos.

O resultado é uma noite absolutamente improvável, em que os Foster vão colocar à prova suas faces mais radicais. Começam com uma janta em um lugar badalado no centro de Nova Iorque e acabam se envolvendo com assuntos políticos, policiais corruptos, informações secretas e até prostituição. Para salvarem suas vidas vão roubar, bater carros, conhecer gente distante de seu singelo círculo social e executar planos perigosos.

Interessante, apesar de toda emoção e humor, é notar que em momento nenhum o casal se separa. Pode ser um detalhe idiota em um filme tão previsível com mensagem tão óbvia. Porém, acredito que seja importante reforçar esse ponto sutil do filme: que nem todo casal precisa de uma pseudo-separação para saber que quer ficar junto. Na verdade, eles ficam unidos do começo ao fim e, claro, eles redescobrem um ponto importante do casamento.

Acontece que não é o sentimento de amor esse ponto que eles precisavam reavivar. É exatamente essa capacidade de encarar o novo, mais emoções, um desconhecido. Dar um toque em suas vidas, pois todo ser humano precisa se renovar. Não só isso, aprendem também que uma boa convivência não se trata somente da parte estável e desinteressante da vida, mas de ter alguém com quem dividir até mesmo seu lado mais jovial e imprevisível de ser. Isso sim é que é um amor maduro.