
Pode parecer retrogrado falar dessa maneira, mas casamento é uma daquelas coisas que deveriam durar para sempre. É um conceito de muito tempo: até que a morte nos separe. Se alguém tem a vontade de afirmar tal coisa, então deve realmente gostar da pessoa para quem diz.
Porém, hoje quase ninguém mais tem paciência para palavras como “eternidade”, “infinito” e “sempre”. Talvez esse seja o motivo da diminuição de casais que optam por se unir no altar. Mesmo quando dois pombinhos verdadeiramente apaixonados encaram a aventura, nada é certo. O divórcio já está nos pensamentos antes mesmo do padre os declarar marido e mulher. Afinal, tudo pode dar errado e essa é a primeira solução que surge quando vêm os problemas.
Para Milo Boyd e Nicole Hurly, isso durou menos de um ano. Tão rápido quanto se apaixonaram, casaram e, por fim, se divorciaram. Anos depois, ambos voltam a se encontrar quando Milo, que trabalha como caçador de recompensas, descobre que tem de capturar sua ex-esposa. Eles acabam juntos em uma aventura de perseguição, fugindo de pessoas perigosas que querem pegar os dois: ela por ser uma repórter investigativa; ele por dever muito dinheiro de jogatina.
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Os acontecimentos se passam com um sacaneando o outro e se desenvolve naquele clássico “eu te odeio porque te amo”. Claro que Milo e Nicole redescobrem seu amor, assumem os erros do passado e, bem, apesar da gracinha final, eles ficam juntos. (não se preocupem, não é saber disso que vai estragar o filme)
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O fato é que não é raro ver casais ainda apaixonados que acabam se separando. Decidem ficar longe um do outro por motivos pelos quais geralmente não querem ceder ou sequer entender. Criam um clima péssimo, começam a ter raiva um do outro e acabam em um divórcio hostil. Então, depois de anos, assim como Milo e Nicole, percebem que era tudo bobagem.
Assim como um casamento impulsivo, um divórcio precoce também cria pessoas infelizes. Quando se pode simplesmente terminar tudo, conviver é difícil demais. Mas ninguém disse que um relacionamento duradouro vinha sem brigas, idéias divergentes e/ou graves problemas. É nessas horas, em quer ter paciência é fundamental, que se prova quão forte é o casal.
Além disso, não há nada mais irritante do que aquele tipo de casal separado que todo mundo sabe que ainda se gosta, menos ele mesmo. Nem com alguma ação, personagens cômicos e vilões cheios de más intenções, conseguem se salvar. Mais fácil que resolvam seus problemas e não se divorciem. Assim, não somos obrigados a engolir histórias ruins de comédias românticas mal-escritas.