
Para quem é fã de musicais, “Nine” chega ao público com o melhor do apelo do gênero: muito drama, mulheres sensuais, figurinos de fazer babar, aquele clima cabaré bem francês (apesar de se passar na Itália) e, é claro, músicas lindamente coreografadas.
Guido Contini é o nosso protagonista em crise. Sendo diretor de cinema, alimenta a visão ultra-dramática de sua vida e, nesse momento de dificuldade criativa, parece intensificar esse modo de enxergar as coisas ao seu redor. Para tentar se recuperar de dois fracassos anteriores, vai buscar toda a inspiração que puder nas mulheres de sua vida. Isso, no entanto, vai levá-lo a uma jornada de aprofundamento sobre ele e seus tantos relacionamentos, em vez de ajudar em seu roteiro.
O filme é basicamente dividido em “dois mundos”: o que seria o real e o da imaginação dramática de Contini. Enquanto no real o diretor batalha para que seu novo filme seja realizado e se torne mais um grande sucesso de sua carreira, em sua imaginação, ele monta esses cenários de cada moça em sua melhor forma, figurino e voz. Isso é positivo, pois elimina aqueles momentos típicos de musicais, em que os personagens começam a cantar do absoluto nada e ocorre uma quebra do envolvimento com a história. Ou seja, entramos na trama principal sem sermos interrompidos pelo momento constrangedor em que tudo se transforma em um show da Broadway, mas ainda temos o apelo artístico das músicas e coreografias.
O elenco carrega nomes de peso, como Daniel Day-Lewis (Guido Contini), Marion Cotillard (Luisa Contini), Penélope Cruz (Carla Albanese), Judi Dench (Lilliane La Fleur), Kate Hudson (Stephanie Necrophuros), Fergie (La Saraghina), Nicole Kidman (Claudia Jenssen) e Sophia Loren (Mamma), mas infelizmente o enredo não faz jus a tanto talento. Não é nada que chega a emocionar e pode se tornar enfadonho em algumas partes.
Ainda assim, o filme tem um destaque: a coreografia de Saraghina (Fergie). Vale muito a pena ver, desde a música até os efeitos “de palco”, e acredito que vá agradar tanto fãs quanto não-fãs do gênero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário