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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Amor sem escalas (Up in the air)

Antes de mais nada, preciso dizer que eu tenho horror a filmes cujos títulos possuem a palavra “amor”. Como estudante de Publicidade, até compreendo o plano de marketing para vender a produção para um certo tipo de público, mas ainda assim, para mim sempre parecerá um trunfo barato e nada digno de alguns desses filmes, como foi o caso deste que irei comentar a seguir.

http://www.theupintheairmovie.com/intl/br/



“Amor sem escalas” surge como mais uma obra premiada do diretor Jason Reitman, o mesmo de “Obrigado por fumar” e “Juno”. Não gosto de fazer críticas baseada em currículos bem comentados, sucessos anteriores ou coisas do tipo, mas sendo fã do diretor também não posso ignorar o fato de que achei esse último filme abaixo da expectativa que os outros dois causam. Isso, é claro, não significa que ele não seja bom.

O filme em si é diferente, de uma boa maneira, em muitos pontos. Primeiro, ele não engloba somente o conceito de amor-paixão que o título desnecessariamente explícito nos faz acreditar. Há também o amor-família e principalmente o amor-compaixão – que é o que faz dele uma jornada tocante e dramática. Segundo, não é a história que a gente conhece de um cara qualquer que vai se apaixonar e nesse sentimento achará redenção e felicidade eterna. O final está longe de ser uma cena para fazer mulherzinha chorar.

Estamos lidando com um drama para quem consegue deixar suas próprias necessidades românticas de lado e quer de fato conhecer Ryan Bingham (George Clooney), nosso desapegado protagonista. Ryan é um cara que segue à risca sua filosofia, que consiste em deixar sua “mala” sempre vazia e leve. Dentro desta metáfora de aeroporto, ele quer dizer que apegos desde um porta-retratos até o comprometimento com pessoas são apenas pesos que não permitem sua movimentação. É como se a gente colocasse tudo em uma mala e tentasse caminhar com ela nas costas. Impossível.

O que pode parecer muito frio é, na verdade, algo que ao longo da trama se reflete em seu emprego e nas pessoas com quem se conecta, como a misteriosa Alex Goran (Vera Farmiga). Não que ele seja um carrasco pronto para acabar com qualquer melodrama no Universo. Ele apenas entende que certos apegos vêm com obrigações, riscos e amarras que ele pensa ser nocivos para qualquer um.

A história toda puxa-saco das relações humanas e de comprometimento e quer provar que Bingham está errado. Mostra que elas têm seu lado incômodo, mas que de certa forma são inevitáveis para todo ser humano. No entanto, não se enganem, porque dependendo de como você entende a mensagem final, pode ser se convença exatamente da teoria oposta: a da “mala vazia”. Daí, vai depender de como cada um vai reagir ao ver Ryan Bingham aprendendo a tapas as complicações de voltar para casa depois de tanto tempo viajando pelo país.

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