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Antes de perturbada, louca, estranha ou mesmo ninfomaníaca, Joe (Charlotte Gainsbourg) é uma desajustada. E se para muitos de nós é normal às vezes duvidar de nosso lugar na sociedade, para ela é um dilema que surge a cada passo que dá. Por causa disso, ela faz escolhas duvidosas, machuca alguns ao seu redor e termina achando que não é uma boa pessoa. Seligman (Stellan Skarsgård) é o homem que a acolhe em um momento particularmente difícil e a ajuda a descobrir se é de fato uma mulher má.
Esqueça tesão extremo, desejos incontroláveis e violação do corpo. A história de Joe tem, sim, relação direta com tudo isso, mas sua essência é outra. Quem esperou um pornô, se decepcionou. Quem esperou tudo de mais chocante e explícito por causa do nome Lars von Trier, também. O que os dois volumes contam é a trajetória de uma desajustada que aprendeu a lidar com o seu vazio por meio do sexo, com uma crítica à hipocrisia da sociedade. Nem por isso deixam de ser impactantes.
Com alguns eventos peculiares e ritmo ditado pelo estilo próprio do diretor, a trama conta a vida e as escolhas de uma mulher que por muitas vezes pode nos chocar, inspirar pena ou nos deixar com raiva. Para alguns, talvez cause admiração. Joe é uma boa personagem, com personalidade e problemas particulares, e bem interpretada por Stacy Martin e Gainsbourg. O elenco no geral se encaixa muito bem na linha de von Trier.
No fim, não tem nada a ver com a promessa (nunca feita) de discutir a ninfomania em si. O vício é a desculpa para um tema polêmico e um título um tanto comercial. O que é visto na tela não traz grandes novidades além da abordagem crua: uma história forte sobre a condição humana, leis sociais e a solidão que ambos podem nos impor.
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